Ilha à venda em Florianópolis não teve interessados e vai para 2º leilão pela metade do preço
06/09/2025
(Foto: Reprodução) Florianópolis tem ilha com imóvel à venda pela metade do preço
A ilha colocada à venda em Florianópolis, e avaliada em R$ 2,2 milhões, não atraiu compradores no leilão encerrado na quinta-feira (4). Segundo a leiloeira responsável, uma nova rodada foi aberta com lance mínimo de R$ 1,1 milhão - um desconto de 50% em relação à avaliação. Não é possível parcelar.
Agora, os interessados no terreno de marinha conhecido como Ilha da Saudade, no bairro Coqueiros, um dos mais valorizados da região continental da Capital, podem dar lances até 24 de setembro às 14h.
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Ilhas podem ser vendidas? Veja o que diz a lei
O terreno tem cerca de 600m² e já tem uma edificação construída. Para chegar nela, é necessário passar por uma passarela (assista acima).
O edital também inclui a área de acesso à ilha, inscrita sob outro número de matrícula.
🔎 Os terrenos de marinha são faixas de terra ao longo da costa e de algumas áreas próximas a rios e lagos. Essa faixa tem 33 metros contados a partir do mar em direção ao continente ou ao interior das ilhas costeiras e pertencem à União.
Ilha que está em leilão em Florianópolis
JR Leilões/Reprodução
O conjunto todo é avaliado em R$ 2,2 milhões, sendo R$ 1,8 milhão referentes à ilha e construção, e R$ 426 mil referentes à área de acesso. Segundo o edital, os bens podem ser arrematados separadamente, mas terá preferência o lance que englobar todo o lote.
Imóvel foi a leilão após decisão judicial; entenda
💸 O lance mínimo para arrematação é de R$ 1.125.303,66, com pagamento à vista, sem possibilidade de parcelamento. Informações sobre preços, datas e o edital estão disponíveis na página da empresa de leilões responsável pelo processo.
O imóvel está entre os bens que são alvos de uma ação judicial da União contra uma construtora de Florianópolis. Por decisão da Justiça Federal, as duas áreas que fazem parte do imóvel estão à venda.
Construção na Ilha da Saudade, em Florianópolis
Reprodução
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Ilhas podem ser vendidas?
Presidente do Instituto Brasileiro Terrenos de Marinha, o advogado Nabih Henrique Chraim explica que esse tipo de comercialização é possível desde que o terreno esteja devidamente regularizado. Além das regras municipais e ambientais, o ocupante precisa manter relação direta com a União.
"No caso da Ilha da Saudade, apesar de ter matrícula em cartório de registro de imóveis, o que realmente garante segurança jurídica é a situação do bem junto à Superintendência do Patrimônio da União (SPU). E, nesse caso, quem está leiloando a área é a própria União, o que torna a operação mais segura", explica.
Segundo a 12ª Unidade de Apoio em Execução Fiscal, responsável pelo documento, cabe aos interessados verificarem previamente as condições do imóvel, incluindo possíveis restrições que possam afetar construções futuras.
Nabih explica que a possibilidade de construir ou ampliar uma construção em uma ilha depende do que determina o plano diretor municipal e as áreas de proteção ambiental existentes.
Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (SMPHDU), é possível construir ou ampliar o imóvel à venda em Coqueiros, "desde que respeite as demais diretrizes municipais (tem que ter um alvará, aprovar projetos complementares de iluminação e saneamento, respeitar o limite de pavimentos do bairro)."
"Se houver irregularidades constatadas por órgãos ambientais ou urbanísticos, a União pode até cancelar a ocupação", conclui Chraim.
Veja a localização dos terrenos de marinha no Brasil
Arte/g1
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